quinta-feira

Uma revolução silenciosa

Se formos olhar pra dentro do núcleo da vida de Jesus encontraremos não uma fórmula, não uma estratégia, não mais um grande achado de conquista de cidades ou de pessoas, encontraremos simplicidade em movimento, nessa linha de pensamento gostaria de dizer algo que é de extrema importância para o agora, o jeito de fazer as coisas já não está mais dentro da simplicidade, se eu pudesse falar a todas as denominações de hoje eu diria, menos, menos, por favor. Jesus sempre foi um homem de rua, suas andanças suas manifestações de amor foram realizados na rua, nas vezes que esteve nos templos ou chutou tudo ou falou algumas verdades de doer ouvido de sacerdote. Quero trazer a compreensão sobre um aspecto decisivo para a igreja de hoje, precisamos viver o evangelho fora do templo, ou melhor, vou traçar aqui uma metáfora através de um vislumbre daquilo que poderia ter acontecido se verdadeiramente nós seguíssemos o que Jesus fez, Ele não fez cristianismo, não, isso Ele não fez, assim como também não deu nome a nada com uma placa na frente e nem mesmo fundou nenhuma religião oficial e não se preocupou com templos, bem vamos a metáfora, é assim: Imagine um contato tão forte com Jesus que nos possibilite estar em um lugar e as pessoas te ouvirem educadamente e se sentirem bem em estar com você,
Imagine que jamais alguém tenha ouvido “as vozes nas praças” proclamando qualquer coisa “evangélica” e mesmo sem palavras o toque desta pessoa seja tão profundo que jamais seria necessário dizer que faz parte de placa denominacional. Mais a pessoa é notada pelo olhar, companheirismo, amor, e devoção  a “Deus e ao próximo como a ele mesmo”. Imagine que não com propagandas, nem com construções de templos suntuosos, mas com a presença marcante em cada casa e em cada rua, essa pessoa se utilizasse dos seus recursos para fazer obras, não sociais, obras de ajuda ao necessitado sem ser politicamente ação social, não que a “igreja” não tenha feito obras significativas, mas que essa revolução fosse individual. Imagine que a vontade de depender de Deus seja tão clara, que a única voz a ser respeitada e absorvida fosse só a do Espírito Santo, nos fazendo assim livres sem depender dos templos ou de voz humana. Imagine que a Diakonia seja mais forte que Kerigma, ou seja, a ajuda seja mais marcante que a proclamação. Imagine que do nada, naturalmente, o culto realmente fosse interpretado e vivido na caminhada e não se transformasse em uma forma ensaiada de horário marcado. Imagine que os nossos nomes estivessem sempre ligados a campanhas nacionais de ajuda humanitária como doação de sangue, doação de órgãos e etc. Imaginando isso você acha realmente que nós deveríamos entender que é possível um evangelho sem templo? Para mim é, podemos viver sem templos, só não podemos viver sem Evangelho, podemos ser do Evangelho sem ser “evangélico” porque esse nome já virou grife religiosa, bancada política e estatística do IBGE e em alguns casos já virou grife da fé para vender produtos gospel. Acredito nisso porque é o que vejo em Jesus "onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome eu estarei com eles" isso é lindo de se meditar, Ele estará conosco ali onde estiverem dois ou três, seja na esquina, no carro, ou em uma casa e a partir disso qualquer lugar se transforma em uma catedral. E para ser mais completo vejo isso também nos Apóstolos, foram homens do evangelho de rua, nunca deixaram placa denominacional nenhuma, placa denominacional é um advento recente no “cristianismo” o Evangelho na sua maior parte da história foi debaixo do sol e da chuva. Podemos até viver sem “cristianismo” e seus templos denominacionais só não podemos viver sem Cristo. Acredito em uma revolução silenciosa tão marcante que não haverá necessidade de templos, os templos são recentes como já disse, o evangelho puro, simples e marcante, sempre foi no caminho, no chão da vida, com marcas em pessoas não em grifes gospel. Jesus nunca prendeu ninguém em rol de membros, apenas no livro da vida, o problema é que gostamos de ter sob nosso controle as pessoas, a meu ver as pessoas que passam por nós são marcadas e seguem pra vida, temos que aprender de uma vez por todas e parar de fazer cristianismo e começarmos a fazer Evangelho, o cristianismo nos trouxe os templos e a religião o Evangelho pode nos trazer as pessoas anunciando que "...Deus reconciliou consigo o mundo". Pode ser libertário isso, pode ser revolucionário, pode ser fora do curso normal contemporâneo, mas é o que vejo na fonte chamada Evangelho, para muitos, isso seria um pecado, mas para mim é uma revolução silenciosa da verdade do Evangelho livre normal vivido por Jesus. Não sou contra modelo nenhum, sou contra a dependência cega que as denominações trazem. Espero poder iniciar aqui uma revolução silenciosa que possa nos dar o entendimento claro de que o Evangelho é livre e ninguém pode ter preconceito porque você acredita no Evangelho, obedece a Deus, ama sua Palavra, observa uma vida justa, e sabe que é salvo em Cisto e mesmo assim se recusa a ter uma vida religiosamente formalizada pelos impérios denominacionais. A fé é livre, a vida se constrói no Caminho, somos assim, humanos com liberdade de viver e amar apenas o Evangelho.

Bom Caminho Feliz Natal e Ano Novo!

Armando Carvalho